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Elton Carvalho: “Derrota e erros individuais expõem necessidades do JEC para o futuro”

A derrota do Joinville na tarde deste sábado, para o Marcílio Dias, foi um grande banho de água fria para os mais de 5,2 mil torcedores que estiveram presentes na Arena Joinville. Depois de 55 jogos como mandante sem superar a marca de 5 mil torcedores, os tricolores voltaram ao estádio, mas viram o JEC com muitas falhas individuais, determinantes para a definição da vitória marcilista.

Claro que o gol logo aos dois minutos deu outro cenário para o jogo. Mas já neste primeiro lance, podemos observar as falhas individuais. A bola parada tem o desvio equivocado de Rafael Grampola (para trás, que sempre traz problemas) e o posicionamento errado de Marlon, que perde o tempo da bola. Talvez se estivesse mais atento a Magrão, o desvio de Grampola não teria tirado o defensor da jogada.

Marlon e Grampola, por sinal, cometeram outros erros. O zagueiro insiste em forçar lançamentos, fundamento que não domina. Também, frequentemente, perde o tempo da bola pelo alto. Assim houve uma chance do cabeceio de Jonathas, aos 45 do primeiro tempo. Lá na frente, o camisa 9 “parece estar” (entre aspas porque obviamente não é isso, mas fica a impressão) sem ambição de marcar.

Aos nove minutos, dentro da área, poderia ter passado para trás, batido em direção ao gol, enfim, buscado algo mais produtivo. Preferiu se jogar e forçar um pênalti, inexistente. Outro lance que ilustra esta falta de ambição aconteceu aos 37, quando recebeu dentro da área, mas não chutou porque a bola caiu no pé direito. Reiniciou a jogada, que teve uma finalização por cima de Rodrigo Figueiredo. 

Ainda no primeiro tempo, finalizou mal aos 32, num lance de frente para o gol e, na segunda etapa, desperdiçou uma chance inacreditável aos sete minutos. Não conseguiu fazer o desvio logo após o cruzamento (algo que era comum para ele há pouco tempo no JEC) e, na sequência da jogada, ainda chutou para Wallace salvar. Tivesse marcado ali, o Joinville teria outro cenário no confronto.

Outros jogadores também deixaram a desejar neste sábado, casos específicos de Rodrigo Figueiredo (que abusou do individualismo em algumas jogadas), Nathan (apagado) e Robert, que pouco apareceu como o homem da infiltração por dentro. Para piorar, após a chance desperdiçada por Grampola, a equipe se desequilibrou. Tomou três grandes sustos do Marcílio (bolas na trave de Luiz Renan e Jean Dias) e o contra-ataque com Anderson Ligeiro e Juninho Tardelli.

Até o próprio Felipe Surian entrou na onda ao lançar uma série de atacantes em campo – Anthony, Caxito (que chegou a jogar de lateral-direito) e Baianinho. Neste momento, ainda estavam em campo Rodrigo Figueiredo, Robert, Nathan e Rafael Grampola. Ao que parece, apesar da ousadia, esta formação nunca atuou junta, o que certamente dificultou a criação na reta final do confronto.

O fato é que, sim, o elenco do Joinville é limitado – mais até do que julga o departamento de futebol. Não há nenhum lateral-direito confiável, falta ainda um volante, um zagueiro mais técnico do que Marlon, outro meia e um atacante que possa substituir Hugo Almeida. Coletivamente, é preciso corrigir com urgência o problema defensivo. Agora, são 47 partidas nas quais o time não consegue uma sequência de dois jogos sem sofrer gols. Na frente, o Tricolor tem encontrado grandes problemas com times fechados – casos recentes de Metropolitano, Hercílio Luz e Marcílio Dias.

A frustração pela não ida ao G4 pode ser um alerta para o futuro. O time pode até melhorar seu comportamento, como aconteceu nos últimos jogos, mas ainda tem limitações. E no momento da necessidade, quando o Joinville precisou se impor em casa, elas ficaram mais expostas. Sinal de que há bastante trabalho até o começo da Série D.

Texto: Elton Carvalho
Imagem: Júlio César Ferreira, JEC

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